O Plano de Manejo da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Caruara foi aprovado pelo Inea, nesta quarta-feira. Com isso, a RPPN, criada e mantida voluntariamente pela Porto do Açu, em São João da Barra, poderá ter seu uso, visitação e preservação ordenados em um plano de gestão. O documento estabelece regras gerais de uso da reserva e as ações prioritárias a serem implementadas. Além de permitir a interação da comunidade com a RPPN, o Plano de Manejo define zonas de proteção e reforça a importância do envolvimento de diferentes setores na preservação do ecossistema da restinga.
Para José Magela, presidente da Prumo Logística – empresa que desenvolve o Porto do Açu – a aprovação do Plano de Manejo da RPPN Caruara representa um avanço importante para o empreendimento: “Trata-se de um marco para nossa reserva ambiental, que está devidamente autorizada a abrir suas portas para o uso público, de forma ordenada. Dar início ao Plano é reforçar o nosso comprometimento com o desenvolvimento sustentável do Complexo Portuário. A RPPN Caruara é um ativo nosso e de todo o território”, ressaltou.
O Plano de Manejo inclui a implantação de estruturas físicas, programas de visitação e educação ambiental, além de pesquisa e monitoramento. O plano também prevê medidas para promover a integração da reserva à vida econômica e social das comunidades vizinhas, o que é essencial para a eficiência de sua implementação. Entre as atividades abertas ao público propostas pelo Plano de Manejo estão visitas guiadas e caminhadas ecológicas. Segundo o coordenador de Meio Ambiente da Porto do Açu, Daniel Nascimento, o objetivo é conciliar a preservação do ecossistema de restinga com os diferentes grupos que tem relação direta com a unidade: “Nós fizemos todo o diagnóstico da área de reserva e de seu entorno e ouvimos cada grupo de interesse, pois a ideia é desenvolver o plano de forma participativa e integrada com a comunidade”, explicou.
RPPN Caruara
A RPPN Caruara, criada em 2012 pelo Porto do Açu, é a maior reserva privada de restinga do Brasil, com aproximadamente quatro mil hectares – o equivalente a quatro mil campos de futebol e a quase metade da área operacional do Complexo Portuário. Na unidade de conservação, são desenvolvidos trabalhos de recomposição vegetal e monitoramento de fauna e flora, com mão de obra local. Hoje, cerca de 40 moradores da região trabalham no espaço. Todas as mudas plantadas na reserva são produzidas em um viveiro instalado no empreendimento, que é dedicado ao ecossistema de restinga e pode produzir até 500 mil mudas por ano. Atualmente, o viveiro produz e maneja 85 espécies e, até agora, mais de um milhão mudas foram produzidas e plantadas na RPPN, sendo algumas espécies encontradas na lista da flora brasileira ameaçada de extinção.