A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Caruara, criada voluntariamente e mantida pelo Porto do Açu há quase cinco anos em São João da Barra, terá um Plano de Manejo para ordenamento do uso, preservação e conservação do espaço. Depois de realizar o diagnóstico socioambiental da área de reserva, o Porto do Açu apresentou uma proposta de gestão da unidade para representantes da prefeitura, de órgãos ambientais e da comunidade do entorno do projeto. O estudo foi detalhado pela IPF Soluções Florestais, empresa contratada para executar o Plano de Manejo. A reunião pública aconteceu ontem, no Espaço da Ciência, no Balneário de Atafona.
O objetivo da medida é conciliar a preservação e conservação do ecossistema de restinga com os diferentes grupos que tem relação direta com a unidade, de forma que eles possam coexistir. “Nós fizemos questão de ouvir cada grupo de interesse, pois a ideia é desenvolver o plano de forma participativa e integrada com a comunidade. O projeto vai incluir programas como visitação pública e educação ambiental, administração, comunicação, proteção e fiscalização, além de pesquisa e monitoramento, para que todos possam ter acesso à unidade de conservação que desenvolvemos com tanto empenho”, explicou Daniel Nascimento, coordenador de Meio Ambiente do Porto do Açu.
No encontro, foram discutidos diversos temas referentes ao Plano de Manejo, como validação do zoneamento e planejamento da RPPN, além do conceito do projeto arquitetônico da unidade de conservação.
“O debate incluindo as instituições e a comunidade que usufrui do espaço é muito positivo. Esta ponte de comunicação entre o Porto, que detém a área, e a população é fundamental para que o projeto transcorra de forma eficiente. A nossa premissa é aproximar a sociedade deste espaço que é tão rico para o município, tanto em termos de fauna quanto de flora, e promover variadas atividades dentro do conceito de conservação e revitalização deste importante ecossistema”, afirmou Alex Firme, secretário de Meio Ambiente de São João da Barra.
RPPN Caruara
A RPPN Caruara, criada em 2012 pelo Porto do Açu, é a maior reserva privada de restinga do Brasil, com aproximadamente quatro mil hectares – o equivalente a quatro mil campos de futebol e a quase metade da área operacional do Complexo Portuário. Na unidade de conservação, são desenvolvidos trabalhos de recomposição vegetal e monitoramento de fauna e flora, com mão de obra local. Hoje, cerca de 40 moradores da região trabalham no espaço. Todas as mudas plantadas na reserva são produzidas em um viveiro instalado no empreendimento, que é específico para espécies de restinga e pode produzir até 500 mil mudas por ano. Atualmente, o viveiro produz e maneja mais de 70 espécies e, até agora, mais de 850 mil mudas foram produzidas e plantadas na RPPN, sendo algumas espécies encontradas na lista da flora brasileira ameaçada de extinção.
