Interessada no potencial que a costa brasileira oferece para desenvolver de eólicas offshore, a Ocean Winds (OW) assina hoje um memorando de entendimentos com a Prumo Logística, controladora do Porto do Açu, para compartilhar conhecimentos e trabalho conjunto visando construir projetos futuros com pelo menos 1 gigawatt (GW) de capacidade instalada, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. O acordo será divulgado durante o evento Brazil Wind Power 2023.
Ao Broadcast Energia, o diretor de Novos Negócios da Ocean Winds, Rafael Munilla, disse que a região é promissora tanto por ter ventos de boa qualidade para a geração de energia em alto mar, quanto pelo fato de estar na região Sudeste, principal centro de carga do País. Além disso, ele destacou que a empresa avalia também as alternativas para destinar a energia, que pode tanto ser vendida no mercado interno, por meio de leilões ou no mercado livre, quanto abastecer a cadeia de produção de hidrogênio verde que deve se formar nos próximos anos. “Dependeria um pouco do nível de competitividade da energia eólica neste momento [em que os primeiros contratos forem negociados]… desde já estamos abertos a todas as opções”, pontuou. Munilla comentou, ainda, que vê um amadurecimento desse segmento nos próximos anos, de forma que os custos devem ser mais competitivos até a implantação do parque eólico marítimo. Outro ponto enfatizado pelo executivo é em relação à necessidade de se concluir uma regulação para essa modalidade de geração, o que poderá tirar do papel tanto os projetos da OW, quanto outros que estão sob análise de demais grandes grupos, destravando toda a cadeia e permitindo que as usinas sejam construídas a custos mais competitivos. “Há desafios porque a regulação ainda não está aí, mas também há condições fundamentais para que o Brasil seja líder [neste segmento]”.
Hoje o País tem condições de abrigar aproximadamente 183 gigawatts (GW) de potência em eólicas offshore cadastrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o que representa quase oito vezes a capacidade instalada de geração eólica onshore, atualmente em 24,1 GW.
Já do lado do Porto do Açu, o objetivo é o desenvolvimento de uma cadeia focada em energia, permitindo a aproximação de fornecedores e o compartilhamento de conhecimento, além de fornecer infraestrutura para os projetos. A costa contígua na região próxima ao porto já conta com 33GW de projetos de eólica offshore em licenciamento ambiental. Pensando nisso, a Prumo tem dialogado com outras companhias e já assinou memorandos de entendimento também com a EDP Renováveis, TotalEnergies Neoenergia. “quanto mais competitivo conseguir criar ecossistema no porto, maiores as chances de ter sucesso.”, disse o diretor de Novos Negócios da Prumo, Mauro Andrade.
De acordo com ele, além de criar um cluster de energia, o porto tem condições de compartilhar informações sobre fauna marinha, canais de navegação, questões ambientais e outras que serão relevante para os projetos.