A empresa encerrou o período com EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo de R$ 13,5 milhões e lucro de R$ 22,8 milhões.
No período, foram investidos R$ 160,8 milhões no Porto do Açu. Somando o investimento realizado desde 2007, já foram aplicados R$ 10,1 bilhões no empreendimento. Deste montante, R$ 6,4 bilhões foram investidos pela Porto do Açu Operações (subsidiária da Prumo Logística), e R$ 3,7 bilhões pela Ferroport (joint venture formada pela Prumo e a Anglo American) e pela Anglo American. Os valores não contabilizam os juros capitalizados.
“O ano de 2016 iniciou ainda mais desafiador do que 2015, com a crise no setor de óleo e gás e a incerteza no cenário político e econômico nacional. Mas o início das operações dos novos terminais no Porto do Açu abre uma perspectiva diferente para os nossos clientes, assim como para toda a região Norte Fluminense”, disse Eugênio Figueiredo, diretor financeiro da Prumo.
Em operação desde outubro de 2014, o Porto do Açu recebeu nos três primeiros meses deste ano 143 embarcações. Destas, mais de 30 foram de minério de ferro.
Resultado
No 1º trimestre deste ano foram investidos R$ 160,8 milhões no Porto do Açu. Deste total, R$ 43,6 milhões (não incluindo juros capitalizados) foram aplicados, principalmente, na construção do quebra-mar e na dragagem para aprofundamento para 20,5 metros, ambos no Terminal 1. O restante foi aplicado nas obras do Terminal de Petróleo (T-OIL), Terminal Multicargas (T-MULT), no desenvolvimento do Terminal 2 (T2), e na infraestrutura geral do empreendimento.
O Capex estimado para o ano de 2016 é de R$ 750 milhões. Deste total, R$ 360 milhões serão investidos pela Açu Petróleo e R$ 390 milhões pela Porto do Açu e outras empresas controladas pela Prumo.
No período, a Prumo apresentou receita líquida de R$ 30,5 milhões. O incremento verificado em relação ao mesmo período do ano anterior refere-se principalmente aos novos contratos assinados ao longo de 2015.
A partir de dezembro de 2015, a Prumo alterou a classificação contábil da empresa Ferroport, que anteriormente era contabilizada como uma operação em conjunto (Joint Operation) para empreendimento controlado em conjunto (Joint Venture). Com esta alteração contábil, o resultado da Ferroport deixou de ser consolidado proporcionalmente e passou a ser reconhecido por equivalência patrimonial.
Já o resultado financeiro foi impactado pelo aumento do endividamento e pelo início das operações, uma vez que as despesas financeiras deixaram de ser capitalizadas e passaram a transitar pelas demonstrações de resultado. As receitas financeiras foram impactadas positivamente pela variação cambial de R$ 127,5 milhões decorrente da dívida denominada em dólar da Companhia e da conversão para reais do balanço da empresa Açu Petróleo S.A. que tem o dólar como sua moeda funcional.
As despesas financeiras foram de R$ 193,3 milhões, compostas principalmente de juros, corretagens e variação monetária. As receitas financeiras foram de R$ 184 milhões, compostas principalmente de juros sobre mútuo, rendimentos sobre aplicações financeiras e variação cambial. O lucro líquido no primeiro trimestre de 2016 foi de R$ 22,8 milhões. As despesas administrativas foram de R$ 28,4 milhões, cerca de R$ 100 mil abaixo do mesmo período do ano anterior.
A Companhia fechou o 1º trimestre com um saldo em caixa e equivalentes de R$ 475,2 milhões e com endividamento líquido de R$ 3,8 bilhões, incluindo os juros e atualização monetária. O endividamento reflete o refinanciamento da dívida com os bancos Bradesco, Santander e BNDES, que foi integralmente estendida para o longo prazo.
Destaques do trimestre
Entre os destaques do trimestre está o início da operação no Porto do Açu da unidade da Brasil Port Logística Offshore, do Grupo Edison Chouest. A Petrobras, que assinou um contrato para utilizar seis berços da base, é a primeira cliente da unidade. A petroleira está migrando algumas operações atualmente realizadas em outras localidades para o porto. A expectativa da Brasil Port é que sejam gerados 180 empregos nesta primeira fase. Localizada à margem direita do canal do Terminal 2 (terminal onshore), a unidade da Edison Chouest será a maior base de apoio offshore do mundo. Com área total de 597.400 m² e 1.030 metros de frente de cais, a unidade conta com 15 berços para atracação e um estaleiro para reparo de suas próprias embarcações e de terceiros.
Outro destaque foi o prêmio que a Prumo e o Porto do Açu receberam no IJGlobal Americas Awards 2015, que aconteceu em março deste ano em Nova York. O empreendimento recebeu o prêmio “Deal of the Year” na categoria Portos da América Latina pela renegociação da dívida com o Bradesco, Santander, BNDES e FI-FGTS, realizada no ano passado. O evento, que é a mais importante premiação no mercado internacional de Project Finance, foi realizado pela IJ Global (antiga Euromoney). Ele reuniu representantes das Américas e premiou projetos de infraestrutura e energia reconhecidos por sua excelência, conquistas e inovação.
Em fevereiro, a Technip fabricou uma linha flexível de 16 polegadas, utilizada na exploração do pré-sal, para atender a Petrobras. Para a operação de embarque da estrutura, dois navios atracaram no terminal da empresa, sendo um para o carregamento (Sapura Diamante) e outro para dar apoio ao içamento da linha (Sapura Topázio). Os operadores do T-MULT foram os responsáveis pelas amarrações dos navios. A operação durou 8 dias e o navio seguiu para a Bacia de Santos.
Outro destaque é o desenvolvimento de uma área especifica para a atracação de sondas e realização do transbordo de derivados. Localizada no Molhe Sul do Terminal 2 (Terminal onshore), a área irá contar com 14,5 metros de profundidade e 450 metros de cais. Os locais, que terão os nomes de Terminal de Apoio e Manutenção de Embarcações e Terminal de Transbordo de Líquidos, serão instalados na área abrigada, no lado interno do quebra-mar sul do Terminal 2. O planejamento e o posterior aparelhamento dos caixões (construção de superestrutura) possibilitarão que o próprio quebra-mar seja utilizado como cais, otimizando os custos e ampliando a capacidade de atracação do porto. O Molhe Sul está em processo de licenciamento ambiental, com obras iniciadas em março e o início da operação está previsto para o final deste ano.