A Reserva Particular do Patrimônio Natural Caruara, criada e mantida pela Porto do Açu Operações, em São João da Barra (RJ), recebeu, nos dias 17 e 18, representantes de órgãos ambientais, pesquisadores e especialistas no ecossistema de restinga. O objetivo do workshop, que reuniu cerca de 40 pessoas, foi promover a discussão de estratégias de restauração, usando como objeto de estudo a própria RPPN e o trabalho desenvolvido ao longo dos 7 anos da unidade de conservação. O evento aconteceu no Centro de Visitantes do complexo.
O primeiro dia do encontro foi de visita de campo nas áreas de plantio da Caruara e no viveiro de mudas que abastece a RPPN. O segundo dia foi de troca de conhecimento e experiências, com palestras e mesas redondas sobre a restinga.
O coordenador de Meio Ambiente da Porto do Açu Operações, Daniel Nascimento, apresentou os resultados do trabalho de restauração realizado na Caruara, destacando as inúmeras potencialidades e oportunidades para pesquisas. O representante do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apresentou a metodologia de avaliação e monitoramento de áreas de restauração florestal, que é aplicada pelo órgão em todo o estado, para quitação dos plantios compensatórios. Por último, especialistas e pesquisadores abordaram a dinâmica de ocupação natural do ecossistema de restinga e como ele se comporta sem qualquer tipo de influência. Ao final do workshop, os convidados participaram de uma mesa redonda para debater todos os assuntos levantados no encontro.
“Este workshop foi muito enriquecedor. Tivemos a oportunidade de repensar quais são os melhores indicadores de avaliação de restauração no caso específico da restinga, as principais linhas de pesquisa a serem desenvolvidas para preenchimento de lacunas de conhecimento e ainda dividimos experiências e resultados adquiridos até agora com outros pesquisadores, que trabalham com o mesmo ecossistema”, ressaltou Daniel Nascimento.
A representante do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Dorothy Araújo, reforçou a importância deste tipo de evento: “Esta troca de expertise é fundamental para o avanço dos estudos da comunidade científica. A vegetação de restinga é uma das mais impactadas ao longo da história e a Caruara ainda preserva e mantém uma boa coleção de espécies deste ecossistema, que pode contribuir para novas descobertas para a cura de doenças, por exemplo”, afirmou.
Além do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, integraram o corpo técnico do workshop especialistas da UFRJ, UFF, UENF e PUC-Rio. Dentre os convidados do poder público estavam Inea e Secretaria Estadual do Ambiente. Ainda participaram e apoiaram o encontro quatro subsidiárias do Grupo Prumo, que utilizam a Caruara para realizar suas compensações ambientais: Porto do Açu Operações, Açu Petróleo, Gás Natural Açu e Ferroport.
Sobre a RPPN Caruara
A Reserva Particular do Patrimônio Natural Caruara tem 4 mil hectares, o que corresponde a 4 mil campos de futebol. Maior RPPN do estado e maior unidade privada de restinga do país, a Caruara conta com 245 espécies de flora e 573 de fauna, incluindo 21 ameaçadas de extinção e se transformou em importante objeto de estudo, com 24 pesquisas e mais de 47 produtos acadêmicos publicados, entre teses, artigos científicos e resumos em congressos. Utilizando 100% de mão de obra local, a criação da reserva também triplicou o repasse do ICMS Verde ao município de São João da Barra.