Documento prevê realização de estudos de viabilidade para uma possível planta produtora no complexo portuário
A White Martins, empresa fornecedora de gases industriais e medicinais presente no Brasil há mais de 100 anos, assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com o complexo portuário Porto do Açu, no Rio de Janeiro, com o objetivo de avaliar a viabilidade da produção de hidrogênio verde. Trata-se da primeira etapa de um projeto que pretende unir as expertises das companhias e o potencial energético do estado.
O MoU com o Porto do Açu prevê um estudo para levantar dados sobre a viabilidade do uso do hidrogênio verde na região. Os resultados serão utilizados pela White Martins para determinar a possibilidade da implantação de uma planta produtora de hidrogênio verde e de amônia verde no complexo portuário.
A formalização do MoU entre a White Martins e o Porto do Açu também tem como finalidade incentivar o desenvolvimento industrial da região norte do estado do Rio de Janeiro, além de contribuir com o processo de descarbonização, ao proporcionar o aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética do estado do Rio de Janeiro e da Região Sudeste, principal polo industrial do Brasil.
Energia
O hidrogênio verde, produzido por meio de um processo conhecido como eletrólise da água, que separa os átomos de hidrogênio dos de oxigênio por meio de fontes de energia renováveis, tem se constituído como a próxima fronteira energética e é considerado como uma alternativa para a descarbonização da economia, já que pode ser utilizado em diversos setores, como indústrias e transportes.
Para Gilney Bastos, presidente da White Martins, o fato de a Linde, controladora da empresa, já dominar tecnologias em todas as etapas da cadeia produtiva do hidrogênio verde, coloca a White Martins, que representa o grupo na América do Sul, em uma posição estratégica para este tipo de empreendimento. “A Linde trabalha com várias tecnologias de eletrólise e tem cerca de 100 eletrolisadores em operação atualmente. A empresa também opera reformadores, que produzem hidrogênio verde a partir do biometano e podem ser usados no processo de descarbonização da economia”, explica Gilney.
José Firmo, CEO do Porto do Açu, destaca os potenciais do complexo para a possível planta de hidrogênio. “Queremos que o Porto do Açu seja a porta de entrada dos projetos do futuro no Brasil. Temos imensa retroárea disponível, infraestrutura de classe mundial e projetos de renováveis avançados, como a planta solar em parceria com a Equinor e o licenciamento ambiental em andamento da eólica offshore Ventos do Açu”, projeta José Firmo.
A White Martins, diferentemente de outras empresas do setor, que apenas comercializam equipamentos como eletrolisadores e liquefadores de gás natural e biometano, também investe em soluções para produção de hidrogênio no sistema build-own-operate (BOO), no qual a tecnologia é implementada na própria operação dos clientes, o que oferece vantagens significativas, como o aumento na confiabilidade de plantas e do fornecimento.
Já o Porto do Açu é o maior complexo porto-indústria de águas profundas da América Latina. Em operação desde 2014, o Porto do Açu é administrado pela Porto do Açu Operações, uma parceria entre a Prumo Logística e o Porto de Antuérpia. Único porto totalmente privado do país, é resultado de investimentos que somam R$ 20 bilhões e prevê investimentos de mais R$ 22 bilhões nos próximos dez anos. Possui o terceiro maior terminal de minério de ferro do Brasil, é responsável por 30% das exportações brasileiras de petróleo, ergue o maior parque térmico da América Latina e abriga a maior base de apoio offshore do mundo. Ao todo já são 18 empresas já instaladas e entre clientes e parceiros, sendo várias delas companhias de classe mundial. O Porto do Açu é um porto jovem e com foco em crescimento sustentável. Os próximos passos contemplam expandir as atividades de minério, petróleo e gás, acelerar a industrialização e avançar com projetos de energia renováveis.